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Descrição

Em seu romance de estreia A condição urbana, Filipe Ferreira Ghidetti nos traz desde o título o dilema do homem fazendo face ao poder das circunstâncias, isto é, nos chama a pensar se somos essência capaz de amoldar a realidade a nossa condição humana, ou se somos determinados pela realidade, no caso realidade urbana, na qual nos encontramos com personagens que entram nas nossas vidas ao acaso, sobre os quais lançamos nossas atenções, fazendo-os serem determinantes de nossos sentimentos e pensamentos, espantos e reações.

 

Tão forte é essa proposta narrativa que X, um personagem nomeado apenas por uma letra, exatamente o X, que nos remete ao X da questão, é quem nos traz tais personagens ocasionais, que vão e vem para destinos que X procura compreender, sem, entretanto, poder ter sobre eles a mesma influência que sofre a partir deles. Como se, a procura de entrar na história, antes pegasse carona em outras cenas, mais percebidas do que o próprio corpo do narrador, único sujeito que vê, ou que acredita que vê o que de fato está acontecendo, como se os demais estivessem apenas envolvidos.

 

A condição urbana nos traz com Filipe Ferreira Ghidetti um escritor de fôlego que convida o leitor, de forma sutil, a entrar na história, para sentir os dramas de transeuntes passageiros de ônibus ou ladrões. O mérito maior do romance é, exatamente, o de não nos roubar a cena e nos questionar até que ponto nós somos agentes da realidade urbana ou determinados por ela. Porém, o texto não nos faz tal pergunta, cabendo a cada leitor essa possibilidade de leitura ou outra, mostrando que o que faz um livro ser completo é a interação escritor-leitor.

 

Boa leitura!

 

Fábio Daflon