"Um bom livro, venhamos e convenhamos, não está feito de uma trama intrincada. Vila-Matas já nos lembrava que Godard gostava de entrar nas salas de cinema sem saber quando é que o filme tinha começado, entrar ao acaso em qualquer sequência, e ir-se embora antes do filme ter terminado. Uma boa história não precisa ter começo, meio e fim. Nunca foi sobre isso. Precisa, sim, ter um personagem interessante o suficiente com quem gostaríamos de passar horas conversando. Aí, então, o problema de quando encontramos esse personagem, é que o livro acaba, e a amizade também.
Pois a voz literária de Diogo Brunner é esse amigo de viagem, que nos leva por essa variante de roadmovie psicodélico com um senso de humor irônico, mas sempre tentando encontrar uma saída tranquila, “sem encher o saco de ninguém”. Uma espécie de eterna procura pelo boteco perdido."
Guilherme Trucco
Diogo Brunner é graduado em Ciências Sociais e mestre em Literatura e Vida Social ambos pelas UNESP. É criador, gestor e produtor de projetos na área da cultura. Autor do romance “Da praça da igreja acho que nem deus vê o mar” (Moinhos, 2018) e idealizador e diretor do documentário “Narrativas Caiçaras” (2017).
