de Carina Maria Guimarães Moreira
Um último aspecto que considero importante da trajetória do grupo é a forma como esse popular teatro universitário se coloca em movimento, para além dos circuitos dos festivais existentes no meio teatral. Fuzuê procura o público sujeito das confusões, àquele que vê o Brasil pela margem e não pelo centro, pela franja da desordem provocada pela ordem monopolizada por poucos, àquele que luta para sobreviver, que se coloca frente aos riscos com a consciência que a luta por mudanças não é um passeio no parque no Brasil. Fuzuê faz teatro para essa gente, no lugar em que eles estão, reverberando os temas de seus interesses, procurando as interlocuções críticas com pessoas que carecem apreender instrumentos de produção de bens simbólicos que superem os clichês dramáticos da Indústria Cultural, porque precisam construir meios de se auto-representar e comunicar suas lutas ao conjunto da população.
(Rafael Villas Bôas)
