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Descrição

Sacudindo a poeira

 

Carlos Fonseca é um homem feliz - filhos saudáveis, linda esposa, excelente trabalho. Mas ele também experimenta a infelicidade, devido à sua alma de poeta que ausculta além dos seres. E que o fez criar este pequeno grande livro, antenado com os tempos estranhos por que passamos. Num mundo e num país tão injustos e desiguais, louco é quem fecha os olhos para os absurdos da vida. É preciso gritar, como faz o autor. Não importa que, por vezes, sua voz saia rouca, desigual, incisiva. Essencial é o berro por um futuro melhor, não rimas toantes ou consoantes.

 

O leitor não sairá desta obra igual a como nela entrou. Essa uma das suas qualidades - desafiar nossos sentimentos, questionar nossa condição humana. Quase todas as desgraças que podem acometer o Homem estão aqui representadas – peste, guerra, fome, morte… E a indignação poética deixa entrever que elas podem ser evitadas, minoradas, banidas da realidade que, então, se tornaria bem menos cruel.

 

Cabe a nós resolver questões propostas pelo poeta, como esta: “Quanta desumanidade ainda há / No humano?” Porém, não devemos sacudir toda poeira dos olhos. É bom que um pouco dela permaneça com a gente, nós que somos pó, para nos tornar humildes e nos ajudar no combate às injustiças e às dores do mundo. Todos vivemos momentos felizes e infelizes, afinal. Mas quando Carlos Fonseca garante que “Não posso segurar a rosa sozinho / A rosa é de todos” nossos corações devem se alegrar. Há Esperança.

 

Fernando Achiamé.